03 Março 2023
A reportagem é publicada por DR/Agências e reproduzida por Religión Digital, 02-03-2023.
"Espero que o Papa Francisco confie em mim, espero que não tenha dado a ele um motivo para não confiar mais em mim", disse dom Georg Gänswein, secretário histórico de Joseph Ratzinger. Em uma prévia do programa "Cinque Minuti" de Bruno Vespa, transmitido no canal televisivo Rai Uno, e olhando para o futuro, Gänswein disse: "O Santo Padre me dirá em alguns dias".
Questionado por Vespa se ele é fiel a Bergoglio, Gänswein respondeu: "Fiel e leal: ele é o Papa da Igreja Católica e o sucessor de Pedro, como eu fui fiel a todos os seus predecessores".
Seu livro Nient'altro che la verità (Nada além da verdade) não pretendia criar "guerras" na Igreja, acrescentou Gänswein. "Meu único objetivo era esclarecer até mesmo nos pontos onde havia muitos problemas".
“Clareza é dizer e dar a verdade para todos aqueles que quiseram saber. Sem guerras, sem facções, eu só queria dar o meu testemunho das coisas reais que aconteceram”, acrescentou o religioso.
Ele também se referiu à época da publicação do livro, que ocorreu nos dias da despedida de Bento XVI. Nela, ele afirma que o papa emérito havia se incomodado com algumas decisões de Francisco, como limitar a possibilidade de celebrar missas em latim.
"Qualquer momento da publicação teria sido criticado", disse ele, acrescentando que o resto, como os rumores de cisma, "são invenções de jornalistas".
Gänswein, falando com Vespa, relembrou o momento em que o Papa Francisco o destituiu da Casa Pontifícia, da qual o histórico secretário de Ratzinger continua a ocupar o cargo de prefeito até hoje.
"Há três anos ele me disse: 'agora é melhor você cuidar do Papa Bento e ficar no mosteiro e não vir mais fazer serviço aqui na Prefeitura'", revelou na entrevista. O próprio Papa Bento XVI disse: 'talvez ele, o Papa Francisco, não confie mais em mim e tenha colocado você como meu guardião'", relatou Gänswein, esclarecendo que Ratzinger proferiu essas palavras "de maneira irônica".
Foi apenas o "cansaço físico e mental" que levou Bento XVI a renunciar. "Ele mesmo disse isso em 11 de fevereiro de 2013", lembrou Gänswein a Vespa em "Cinque Minuti".
Gänswein afirma que acredita neste motivo "totalmente: acredito porque o vi e convivi com ele por muito tempo e quem não quer acreditar nisso inventa muitas coisas, mil coisas".
Acrescentou que "o primeiro que se opôs fui eu", mas Bento disse-lhe que não o tinha chamado para "discutir uma quaestio disputanda", mas "para o informar de uma decisão tomada e depois percebi que quando ele tomava uma decisão ele não tinha mais o que fazer” (ANSA).
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Gänswein, após o polêmico livro: “Espero que o Papa Francisco confie em mim” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU